PENTATEUCO – O LIVRO DE GÊNESIS
Escola Teológica Aberta Para Centros
Educacionais de Jovens e Adultos
Caldas Novas, GO – Brasil
Projeto/Instruções Bíblicas
Evangelista
Demétrio
Gênesis 35
(O árduo reinício de Jacó)
Ontem, quando estudamos o capítulo 34, vimos Jacó
com receio de que os povos ao seu redor se reunissem contra ele e contra a sua
família e os exterminassem. Mas não aconteceu nada disso, nem de longe; pelo
contrário. — Depois disso, disse Deus a Jacó: “Levanta-te,
sobe a Betel, e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu, quando
estavas fugindo de diante da face de Esaú teu irmão. Então disse Jacó à sua
família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos, que há no
meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos, e
subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha
angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então deram a Jacó
todos os deuses estranhos, que tinham em suas mãos, e as arrecadas que estavam
em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a
Siquém. E partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao
redor deles, e não seguiram após os filhos de Jacó. Assim chegou Jacó a Luz,
que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que com ele havia.
E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto Deus ali se
lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão” (vv 1-7).
Como ocorre na dramaturgia, em outro
núcleo… enquanto isso, no núcleo de Canaã onde seu pai Isaque morava, mais
especificamente perto de Manre – Quiriate-Arba (Hebrom) morreu uma serva:
DÉBORA – a ama de Rebeca (v 8). Parece um paradoxo, mencionar o falecimento de
uma escrava! Forçosamente, eu tenho que recorrer à inteligência da irmã Jacilma
Andrade… — “Débora ama de Rebeca,
exemplo de dedicação! Débora, ama fiel de Rebeca (Gn 24.59), viajou muitos km
de Arã a Hebrom para o casamento de sua senhora com Isaque. Provavelmente, não
sabemos, mas tinha família e deixou tudo para trás, pois já estava há muito
tempo como serva de Rebeca, portanto, teria que acompanhá-la. Depois de
enfrentar esta árdua viagem esperou vinte anos até que Rebeca tivesse um filho
para ela cuidar e alimentar. Quando os gêmeos (Jacó e Esaú) de Rebeca nasceram
Débora cuidou deles com amor e carinho. O interessante é que ela cuidou de
Rebeca, dos filhos de Rebeca e cuidaria dos netos de Rebeca. Um exemplo de
verdadeira devoção! Com o passar do tempo a idade, pôs fim à responsabilidade
dessa mulher de cuidar das crianças, mas essa família não a desamparou. Nem
sempre isso acontece! Débora os amava e eles a amavam também!” http://jacilmaandrade.blogspot.com.br/2012/01/debora-ama-de-rebeca-exemplo-de.html
Como eu já disse: — Ao contrário do que
muitos “eruditos” de fachada pensam, a Bíblia é um livro muito avançado! Em
plena época de escravidão, é possível honrar uma ama devota a Deus e à sua
senhora, mencionando a nota de pesar pelo seu falecimento e, mais que isso,
houve um lamento tão grande por sua morte que foi preciso dar novo nome à
árvore sob a qual cavaram a sua sepultura: “Alom-Bacute” CARVALHO DE PRANTO! (v
8) A seguir… — “E apareceu Deus outra vez a Jacó,
vindo de Padã-Arã, e abençoou-o. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te
chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou-lhe Israel. Disse-lhe
mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação,
sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos; E
te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque, e à tua descendência
depois de ti darei a terra. E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele. E
Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e
derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite. E chamou Jacó aquele
lugar, onde Deus falara com ele, Betel” (vv 9-15). Não são poucas as
aparições de Deus aos seus servos mais fieis ao longo da narrativa bíblica. Por
isso chamamos TEOFANIA, Teo “Deus” mais Fania “Aparição”; DEUS SE MANIFESTA.
Daí alguém me lembra: — “Ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1.18), certo, não há
contradição nisso, porque ninguém jamais viu a Deus na sua essência – com a
fisionomia que ele tem, mas, enquanto Deus, ele pode aparecer assumindo a
figura que bem quiser! No livro A Cabana – muito bem escrito (diga-se de passagem)
ele vem como uma senhora negra e gorda e com um modo de ser sempre maravilhoso.
DEUS! O Deus que veio e:
· Lembrou a Jacó que é
o mesmo Deus que os seus antepassados avô e pai seguiram;
· Confirmou a mudança
de seu nome de Jacó para Israel;
· Abençoou os com a
bênção de sempre, a bênção da fertilidade;
· Recordou-o de suas
promessas com respeito à terra de Canaã;
· E, pra deixar bem
evidente que era mesmo Deus – Subiu perante os olhares curiosos de Israel.
Tudo aparentemente
perfeito… se a vida fora um tantinho mais justa! O Amor de sua vida (Raquel) estava
gestante – gravidez de risco. O texto é bem contundente e direto: — “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para
chegar a Efrata, e Raquel deu à luz, e ela teve trabalho em seu parto. E
aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não
temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma
(porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim. Assim
morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; que é Belém” (vv 16-19). NOTA: Os significados dos nomes geralmente falam bem claramente do fato
ocorrido durante o nascimento do bebê. O menino se chamaria Benoni = filho de
minha tristeza – uma vez que Raquel pronunciara suas últimas palavras enquanto
morria, mas Jacó certamente querendo dizer: você não faz ideia do quanto hei de
amar este menino, o chamou Benjamim = FILHO DE MINHA DESTRA!
20 E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da
sepultura de Raquel até o dia de hoje.
21 Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Eder.
22 E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e
deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. E eram doze os
filhos de Jacó.
23 Os filhos de Lia: Rúben, o primogênito de Jacó, depois Simeão e Levi,
e Judá, e Issacar e Zebulom;
24 Os filhos de Raquel: José e Benjamim;
25 E os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;
26 E os filhos de Zilpa, serva de Lia: Gade e Aser. Estes são os
filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.
27 E Jacó veio a seu pai Isaque, a Manre, a Quiriate-Arba (que é
Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque.
28 E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos.
29 E Isaque expirou e morreu, sendo recolhido ao seu povo, velho e
farto de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
É evidente que eu
gostaria muito de por in verbis cada termo e cada significado, mas não hei de
vencer ninguém pelo cansaço, não quero que você desista de ler… porém, algumas
observações são indispensáveis. Por exemplo: Há séculos Deus havia decidido
diminuir os anos de vida dos seres humanos para 120 anos (Gn 6.1); ainda assim
Abraão ultrapassou e viveu 175, agora vem Isaque e supera o papai indo até os
180 anos (v 28). Esta é a terceira morte somente neste capítulo. Uma morte
aparentemente pouco lamentada, haja vista adiada por mais de vinte anos
(compare com Gn/27). Pensara estar perto de morrer quando chamou Esaú para
receber à bênção – que veio a ser de Jacó.
A gente se fala
depois!
Até breve.