O NOVO “ACORDO” (ORTOGRÁFICO?).

Nos dias 14, 15 e 16 de dezembro de 1990, em Lisboa — Portugal, fora firmado um acordo ortográfico da língua portuguesa entre os seguintes países: Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Atrasado (como sempre), naquilo que realmente interessa o seu povo, o Brasil só começaria a pô-lo em prática a partir de 18 de abril de 1995 (na boa gestão de FHC), quando o Senado Federal (sob a Presidência do Sr José Sarney), finalmente aprovou o tal acordo.
Segundo aquele acordo — as vogais grafadas: i e u, nas palavras paroxítonas que recebiam acento agudo eram, respectivamente: as que possuíam suas grafias antecedidas de vogal com a qual não formavam ditongo e ou que não constituíam sílaba com a eventual consoante seguinte. Eh claro que havia exceções! Nos seguintes casos:

Adaís (Pl de Adail), aí, atraí (de atrair), Baú, caís (do Verbo Cair), Esaú, Jacuí, Luís, país, etc. Alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam e atraísse (de atrair), Baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luíza, miúdo, Paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, e sanduíche; dentre outros similares.

Com o Novo Acordo ortográfico, o que muda às Paroxítonas?
— Para melhor, nada. Nós estávamos muito à frente em relação aos demais países de língua portuguesa. À frente de Portugal, inclusive. Nosso idioma, em não poucas circunstâncias fora denominado de “língua brasileira!”; ou, como os Offices da Microsoft o classifica: PORTUGUÊS BRASILEIRO. Por quê?
Estou casado, há quinze anos e, nesse curto intervalo de lua-de-mel, tenho escrito poesias para minha adorada esposa, em todas as ocasiões especiais, como: dia da mulher, das mães, aniversário de casamento, aniversário, natal, ano novo… e alguns extras. Sempre lhe digo que escrever em português tem sido algo muito fácil, haja vista a riqueza de sinônimos à disposição. Eu falo pra ela: “nossa língua eh a melhor do mundo para compor músicas, poesias e textos afins”. Lamento que, em nome de um falso “modernismo” estejamos fadados a vulgarizar este tão importante legado que recebemos dos nossos mestres.
Eh evidente que, escrever, hoje, ficou ainda mais fácil, pois, caíram: o trema e, de quebra, o acento e ou o hífen de várias palavras que alguns “escritores” nunca souberam usar. O prejuízo maior será para quem lia mal, porque, se ele tinha dificuldade para ler com todos aqueles acentos, como vai conseguir ler sem os mesmos? Vai ler bem pior!
A propósito: o inglês — donde nos vem a falsa ideia de língua moderna, não eh exatamente uma língua moderna, eh apenas uma língua praticada em países modernos. Eh o segundo idioma mais falado no mundo, logo após o mandarim (chinês).
Na minha modesta opinião, o português brasileiro eh um idioma moderno, quiçá o mais moderno (ainda), uma vez que sua riqueza possibilita-nos escrever quaisquer textos nas formas que melhor nos convier. Eu posso, por exemplo, fazer um texto qualquer virar poesia ou vice-versa. Eh isso que se pode chamar de idioma moderno!



Caldas Novas, GO (quarta-feira), 28 de janeiro de 2009.


Antonio Demétrio da Silva

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