CRISTO JESUS, DEUS MORANDO NUM CORPO


O qual, sendo o resplendor de sua glória e a imagem exata de sua pessoa e, sustentando todas as coisas pela palavra de seu poder, havendo ele mesmo feito à purificação dos nossos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas. Isso mostra que ele é bem mais excelente que os anjos, possuindo nome superior ao deles. Porque a nenhum dos anjos Deus disse: — Você é o meu filho, hoje te gerei… Tampouco, diz: — Eu lhe serei por pai e você me será por filho… Quando o enviou ao mundo disse: — E todos os anjos de Deus o adorem. Mas do filho diz:
— “… ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de justiça é o cetro de teu reino. Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus te ungiu com o óleo de alegria, em porção bem maior que a dos anjos… E tu, Senhor, no princípio, estabeleceste os fundamentos da terra e até os céus são obra de tuas mãos… eles sofrerão mutações, mas tu permanecerás eternamente enquanto todos eles envelhecerão como uma roupa; como um manto, os enrolarás e como uma vestimenta serão mudados, mas tu és o mesmo e os anos de tua idade jamais acabarão” (Hb 1.3-6,8-12).
INTRODUÇÃO — Não obstante, à ignorância de "muitos" e, apesar de alguns saírem por aí dizendo os maiores absurdos sobre Jesus, a Bíblia prova que ele é Deus! Sua deidade é um dos temas dominantes da Bíblia. Muitas das citações bíblicas a respeito de Jeová, na verdade, tiveram sua aplicação e ou seu fiel cumprimento na pessoa bendita de Jesus Cristo, que é o Senhor dos senhores e o único Salvador dado entre os homens (Is 43.11; At 4.12).
Assim como o Pai e o Espírito Santo, Jesus Cristo é: Eterno, Auto Existente, Onisciente, Onipresente, Onipotente, Criador e sustentador de todas as coisas. Nossa lição será pautada nessas verdades, que estão inseridas no texto da carta aos hebreus, compilado acima.

1 A NECESSIDADE DE COMUNHÃO COM DEUS

A idéia de que é possível haver bom relacionamento entre a criatura e o Criador e de que Deus (representado pelo filho), um dia viria pessoalmente a terra é tão antiga quanto a humanidade. Temos uma amostra dessa comunhão no relato de Moisés, quando ele fala-nos da época em que o Senhor tinha "liberdade" para visitar suas criaturas (Gn 3.8). Porém, aquela "liberdade" fora restringida por causa do pecado (Is 59.2). Mesmo assim, o relato bíblico quanto à vinda de Deus a terra continuou a ser composto, ao longo dos séculos, até que chegou à plenitude dos tempos e ele (em Cristo) finalmente veio (G14.4).

a) A primeira comunhão com Deus — Segundo o dicionário usado em um dos programas da Microsoft (no Windows XP — Microsoft Office 10), o termo "comunhão" é o mesmo que eucaristia (um dos sacramentos da igreja romana). O Dicionário Brasileiro Globo acrescenta ao termo às seguintes definições: conjunto, reunião… propriedade em comum, etc.
Porém, a comunhão apresentada pela Bíblia é aquela que vem do grego "Koynonya" e significa; partilhar, ter em comum… dá-nos sempre a idéia de que devemos estar dispostos a repartir algo. Realmente, é bem melhor ter algo para oferecer às pessoas que estar sempre necessitado de receber (At 20.35).

Não fomos criados para uma vida alienada de Deus e de sua vontade; mas, para o louvor de sua glória. Para que realmente tenhamos alguma coisa em comum com Deus, foi necessário que ele viesse (em Cristo), fazendo com que nos tornássemos seus "parentes" (Rm 8.14-17; Hb 2.11). Acertou, o poeta grego, quando disse que: "… somos sua geração" (At 17.28).

b) A primeira comunhão é perdida — O nosso primeiro estado fora perdido por Adão (que usou mal o seu livre-arbítrio dado por Deus) e como conseqüência toda à sua ‘semente’ foi afetada. Agora, a menos que todos os homens voltem-se para Deus (Is 55.7), vindo a Cristo (Jo 14.6), não há no mundo um justo sequer (SI 14.1-3). Antes, "amigos de Deus" com direito a visitas diárias (Gn 3.8); a seguir, filhos de sua ira, andando segundo o curso do mundo e fadado ao inferno (Ef 2.2,3). — Mas: “… graças a Deus que nos dá à vitória por nosso Senhor Jesus Cristo" (I Co 15.57). Nele, somos novas criaturas… tudo se fez novo! (Jo 3.3; 11 Co 5.17). Agora somos seus filhos, justificados pela fé e, por isso, temos à verdadeira paz com Deus (I Jo 3.2; Rm 5.1). Glorifiquemos a Deus por ele (em Cristo) descer pessoalmente a terra!

c) A primeira comunhão é recuperada — Tudo que perdemos graças às más atitudes de nosso pai (Adão), pode ser recuperado em nosso "segundo Adão" (Jesus Cristo), Rm 5.18,19. Por isso a Bíblia diz que ele é tanto o autor quanto o consumador (alvo) da nossa fé (Hb 12.2).

Vejam o que Ele e o Pai (representados pelo Espírito Santo), fazem; ou melhor, querem realizar em nós: '"Se alguém me ama guardará às minhas palavras e meu Pai o amará e viremos para essa pessoa e faremos nela morada" (Palavras de Jesus -— Jo 14.23). A Bíblia faz-nos à seguinte indagação: "Poderão andar dois juntos se não puderem viver em comunhão" (Am 3.3)? É evidente que não. Entretanto, nós (que estivemos longe), pelo poder de seu sangue já estamos bem pertinho dele (Ef 2.13).

2 A NECESSIDADE DA VINDA DE DEUS À TERRA
Que Jesus era Deus, todos os leitores da Bíblia que não são ouvintes esquecidos sabem; o que nem todos sabem é explicar essa verdade. Permanecer o mais perto possível dele é imprescindível para facilitar nossa compreensão desse grande mistério.
Não foi à toa que o Espírito Santo usou justamente o apóstolo João para escrever à maior porção do Novo Testamento que trata desse assunto! A propósito: João estava tão próximo dele que chegava a deitar-se em seu peito. Estar sempre 'encostado' nele, certamente é igual a: ser dependente de sua ajuda e nunca se estribar (firmar) no nosso próprio entendimento (Jo 15.4,5; Pv 3.5).

a) As aparições de Deus aos santos do passado — Ninguém jamais viu a Deus (Jo 1.18). De fato, na sua essência (como ele realmente é), nunca foi visto, senão por aquele que veio dele. Mas, como estou escrevendo para crentes maduros e sei que, em conseqüência disso, são pessoas inteligentes; garanto que quase todos já ouviram falar sobre o termo: Teofania. "TEO" = Deus e, "FANIA" = aparição. "Teofania" significa: Deus se manifesta (aparece). Dono de todo o poder, Deus pode aparecer assumindo a forma que desejar. Não foram poucas as aparições de Jesus no tempo do Velho Testamento. Enoque (sétimo depois de Adão), não somente conhecia a Cristo, falou sobre sua segunda vinda; Abraão era amicíssimo dele e ficou muito alegre no dia em que teve à chance de conhecê-lo; Moisés, falou de seu perfil como profeta, o que não teria feito tão bem caso não o conhecesse; para Josué ele apresentou-se como: “O CAPITÃO DOS EXÉRCITOS DO SENHOR"; Daniel afirmou (categoricamente) que viu o filho do homem. É claro que estava falando de Jesus. Portanto, a maioria das aparições do Anjo do Senhor, na verdade eram manifestações do próprio Senhor em forma de anjo!

b) Abraão encontrou-se com a Trindade — Querido leitor, não leia à Bíblia às pressas, preste atenção aos detalhes! Leia o resumo do texto abaixo:
"O Senhor apareceu a Abraão nos Carvalhais de Manre… quando Abraão ergueu os olhos viu três… O Senhor permaneceu a falar com Abraão a uma certa distância de Sodoma… O Senhor estava (ao mesmo tempo) visitando (acompanhado de outro personagem) à família de Ló" (Gn caps. 18 e 19).

Se não for uma aparição da Trindade, então não existe Trindade e, se não há Trindade, as falsas 'testemunhas' de Jeová e outros pregadores do 'evangelho' estariam com razão quando negam sua existência! Não foi sem causa que Jesus disse: “Abraão alegrou-se por ver o meu dia" {Jo 8.56}.

c) Aparições de Jesus a Josué e a Daniel — O Cristo 'pré-encarnado' (como muitos escritores e teólogos costumam tratá-lo nesses casos), apareceu a muitas pessoas no tempo do Antigo Testamento; porém, achamos que aproveitaremos melhor o espaço destinado ao comentário se falarmos de apenas dois desses casos: a Josué e a Daniel.

Se o 'Anjo' que apareceu a Josué (Js 5), não fosse Deus (representado em seu filho):
· Não teria aceitado adoração; Tampouco diria: "Tira os sapatos" (Js 5.14).
· Aquela cena, fora uma manifestação do Anjo do Senhor ou do Senhor 'disfarçado' de anjo?
· Leiam atenciosamente todo o texto (Js cap 5).

O livro de Daniel é tão rico em detalhes sobre os 'mistérios' que envolvem esse assunto, que só pode ser 'entendido' (se é que o entendemos) se estudado ao lado do Apocalipse (como fazemos no curso da EETAD).

· Que classe de anjo aparece na Bíblia, vestido de linho puro e tendo em seus lombos um cinto do melhor ouro? Essa era a aparência daquele personagem visto por Daniel (Dn 10) Era Deus! O Filho (evidentemente).
3 ATRIBUTOS DIVINOS CONFERIDOS A JESUS
A despeito daquilo que pregam algumas 'testemunhas' de Jeová; pois, afirmam que o filho (Jesus), teria sido criado e depois teria ajudado o Pai a continuar sua criação; está muito claro nas Sagradas Escrituras que o Filho possui os mesmos atributos pessoais do Pai (dentre os quais se destacam: sua eternidade e auto-existência).

· Portanto (assim com o Pai e o Espírito), ele (Jesus) é: "Deus bendito eternamente…" (Rm 1.25).
A mensagem de que Deus 'visitaria' pessoalmente à terra fora divulgada, dentre outros pregadores, por Enoque (sétimo homem depois de Adão, da linhagem de Sete), que pregou uma mensagem sobre a segunda vinda de Cristo (Jd 14). Para que Cristo venha à segunda vez, se fez necessário à sua primeira vinda, o que já ocorreu quando (em carne) desceu a terra.

a) Eternidade e auto-existência de Jesus — Nenhum ser criado pode dizer a alguém: "Perdoados te são os teus pecados… Eu e o Pai somos um… quem vê a mim vê ao Pai… Eu sou…" (Mt 9.2; Jo 10.30; 14.9; 8.58). Tampouco diz ao que estivera morto: — "Mancebo, a ti te digo: Levanta-te" (Lc 12.14) e ao morto de quatro dias: — "… saia dessa sepultura" (Jo 11.43). É claro que Jesus veio em carne (I Jo 4.2), ele era homem com "H", mas também era Deus conosco (Is 7.14; 9.6).

Ensina-se que há três tipos de eternidade:
1) A eternidade dos que foram criados para viverem eternamente; exemplo: os anjos…
2) A eternidade do espírito humano (nosso espírito não fora criado para a morte). Jesus ensinou isso em Mt 22.32).
3) E a eternidade de Deus (da Trindade), um tipo de eternidade que envolve não apenas à imortalidade, mas também, à auto-existência.

Se Jesus não fosse ao mesmo tempo: Eterno e Auto-Existente, não teria dito aos judeus: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou" (Jo 8.58).

b) Os três Onis são atribuídos a Jesus — Mesmo durante o tempo de sua humilhação (muitas vezes), Jesus deixou claro que sabe todas as coisas e que, detém todo o poder… Quanto à sua onipresença, nos dá provas dela ainda hoje desde o santo dia em que disse: "… estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos" (Mt 28.20).

Para quem entende bem à língua portuguesa, eis aqui uma curiosidade: Observe que ele não diz: eu 'estarei' mas, eu 'estou'. Somente Deus está acima do tempo! Portanto, Jesus Cristo é: Todo-Poderoso (Onipotente), Onisciente e Onipresente (Mt 28.18; Ap 1.8; Jo 21.17; Mt 28.20; Ef 1.20,­23).

c) Cristo, Criador e sustentador de tudo — Fora por e para ele que tudo o que existe foi criado (Jo 1.3; Hb 1.3; Rm 11.36). Cristo não somente é o autor da criação; é ele quem sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder e, cumpre tudo em todos (Cl 1.16; Hb 1.4; Ef 2.23). Cristo revelou sua divindade ao criar tudo que existe.

Na sua revista (EBD) sobre o livro de Gênesis (4° trimestre de 1995), o Pr Elienai Cabral, lembra-nos de que: "Na primeira citação bíblica a respeito de Deus, emprega-se o seu título ELOHIM". Portanto (o sufixo “IM” indica), uma forma plural para quem alega ser um único Deus.

4 A REDENCÃO HUMANA FOI FEITA POR JESUS
Não obstante a redenção humana haver sido efetuada e efetivada por Jesus, o apóstolo São Paulo informa-nos de que foi: — "O sangue de Deus que nos comprou" (AI 20.28).
Dois 'crimes' teriam levado Jesus à pena de morte. Primeiro crime: Ele violava o sábado; Segundo crime: ele dizia ser igual a Deus (Jo 5.16-19).

Está muito claro na Bíblia, que Jesus Cristo era Deus morando num 'tabernáculo de carne.' Por isso, o escritor da carta aos hebreus deu às palavras de Davi (ditas no salmo 40.6), à seguinte redação: — "Sacrifício e oferta não quiseste, um corpo me preparaste" (HIb 10.5). Jesus Cristo não era um homem comum, era Deus vivendo entre os homens!

a) Jesus Cristo é nosso parente divino — O candidato a resgatar alguém, deveria ser seu parente (Rt 3.2). A nossa alma precisa da redenção (Jó 33.28; SI 69.18; Ec 7.29). É claro que a redenção definitiva virá no momento de nossa glorificação, quando seremos livres desse corpo corruptível (I Tm 4.16; I Jo 3.2; I Co 15.53,54).
Não importa se você é alguém 'importante' ou 'desprezado' pela sociedade… Guarde consigo uma verdade: Jesus Cristo, sendo Deus (Fp 2.6), tornou­-se tanto nosso parente quanto nosso redentor (Hb 2.11) e, cumprindo todas às exigências da lei mosaica, suportou (por nós) àquela cruz (Hb 12.2); para nos fazer assentar juntamente com ele) nas regiões celestiais (Ef 2.6).

b) Jesus Cristo, dono da maior riqueza — É bem verdade que o 'servo do Senhor' “estava” tão desfigurado que mais parecia uma: "… raiz que brota de uma terra seca…" (Is 53.2); assim como é verdade que em nosso idioma, há uma diferença muito grande entre os verbos: "SER" e "ESTAR".

Na sua infinita sabedoria, Deus instruiu o apóstolo Paulo a escrever que o Cristo: "Estava pobre… estava servo… estava sendo humilhado a ponto de transformar-se num espetáculo para o mundo… mas, é: muito rico… é Deus… é o Senhor e, tudo foi posto sob os seus pés”.

Davi fora tão rico que depois de sua morte, um pouco do ouro depositado em sua sepultura deu para financiar à retirada de um grande exército… Fonte: História dos Hebreus — (Flávio Josefo), diga-se de passagem. Ao reconhecer isso, disse com todas as letras: "Não posso financiar à minha salvação!". Portanto, o Senhor Jesus Cristo pagou o mais alto preço para nos livrar das 'Prisões do Egito' (SI 49.8). Que lhe daremos em troca? Na verdade (em nós), nada de bom possuímos (hino 48 H. C.).

Jesus: "Estava pobre… estava servo… estava sendo humilhado a ponto de transformar-se num espetáculo para o mundo… mas, é: muito rico… é Deus… é o Senhor e, tudo foi posto sob os seus pés” (II Co 8.9; Fp 2.7,8; At 20.28; Fp 2.6,11; I Co 15.27; Ef 1.2.2).

Destarte, O salmo 24, começa ensinando­-nos que a terra e tudo o que há nela pertencem ao Senhor. Porém, na seqüência convida os habitantes do céu para a recepção desse mesmo Senhor (O Rei da glória). A redenção de uma alma custa o preço mais alto! Só mesmo alguém riquíssimo poderia pagar.

c) Jesus Cristo, Justo e Justificador — Dentre outras exigências, o redentor deveria ser um indivíduo justo (a lei que regia a redenção deixava algumas 'brechas' que, poderiam ser aproveitadas pelo 'redentor' caso ele quisesse apossar-se da herança alheia). Por isso, nosso Deus proveu-se de alguém que é essencialmente: Justo. Seu Filho.

Somente ele (o cordeiro sem mácula), pode ser justificador daqueles que depositam nele toda a sua fé (Rm 3.26). Glorifiquemos ao Deus Pai, por tê-lo enviado e, porque: Nossa redenção está próxima (Lc 21.28).

CONCLUSÃO

Fora pouco o que dissemos nesta lição sobre Cristo, O amado Filho do Deus vivo (Mt 3.17; 16.16; 17.5), Deus, O Pai, tinha razão quando (usando o profeta lsaías) disse: — "Eis que o meu servo será engrandecido, elevado e mui sublime… Ele é Deus conosco" (Is 52.13; 7.14).
Paulo escreveu: — "… Deus o exaltou soberanamente…" (Fp 2.9).

Nossos argumentos são incapazes de descrever à grandeza de sua glória! Na cabeça de cada leitor pelo menos uma coisa deve ficar claro: — Jesus (Cristo) é bem maior que o alcance de nossa compreensão a respeito dele. Ele é:
"... o primeiro e o último, o Alfa e o Ômega, que é, que era e que há de vir; o Todo-Poderoso" (Ap 1.8).
Evangelista: ANTONIO DEMÉTRIO DA SILVA.
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