Gênesis Capítulo 38



 


 

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Evangelista Demétrio

 

Gênesis 38

 

(Judá, Tamar e o Levirato)

 

Por que estamos a comentar o capítulo 38 e não o 37 uma vez que falamos ontem sobre o 36? Porque no capítulo 37, depois que a gente entra na biografia de José, que vai até o último (50), não queremos nem parar, tampouco interromper à sequência. Como este capítulo narra um assunto parentético, então podemos cabular à ordem cronológica e falar dele primeiro; e, quando voltarmos à história de José a faremos sem pausa: 37, 39, 40… até o capítulo 50 – como deveria vir pra nós, somente pra facilitar a nossa compreensão. Então, vamos à leitura do capítulo 38 de Gênesis:

 

1 E aconteceu no mesmo tempo que Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira,

2 E viu Judá ali a filha de um homem cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por mulher, e a possuiu.

3 E ela concebeu e deu à luz um filho, e chamou-lhe Er.

4 E tornou a conceber e deu à luz um filho, e chamou-lhe Onã.

5 E continuou ainda e deu à luz um filho, e chamou-lhe Selá; e Judá estava em Quezibe, quando ela o deu à luz.

6 Judá, pois, tomou uma mulher para Er, o seu primogênito, e o seu nome era Tamar.

7 Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, por isso o Senhor o matou.

8 Então disse Judá a Onã: Toma a mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão.

9 Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão.

10 E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou.

 

O Levirato se transformou em lei e passou a fazer parte da Constituição de Israel muito mais tarde (Dt 25), até por que, naquele contexto o único israelense fora Jacó cujo povo não passava de um projeto à longo prazo…, mas, o hábito denominado “dever de irmão” é muito antigo; desde sempre, sobretudo entre os semitas. É este, aliás, o significado de Levirato: “dever de irmão” (v 8). Onde esse: “suscita descendência a teu irmão”, nas versões mais antigas está grafado: “cumpre para com ela o dever de irmão”. Por outro lado, não quero que sejais ignorantes… devo mencionar que: COITO INTERROMPIDO NÃO É PECADO! Pecado é pensar que é possível iludir um Deus onisciente. O texto é bastante contundente nos motes onde declaram que: “Er foi morto por ser mau aos olhos do Senhor” e: — 9 Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão. — 10 E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou.

 

Ao lançar o seu sêmen no chão Onã realmente acreditara que, com sua atitude, evitaria gerar um filho; que seria atribuído ao seu irmão defunto… o que não é de todo correto… cada casal que realmente leu e respeita à autoridade das santas palavras da primeira carta de Paulo aos coríntios (7.3-5), sabe exatamente como se comportar no instante sagrado do ato conjugal. Sagrado, porque até este ponto da narração bíblica a proposta de Gênesis 1.28 já fora inserida umas cinco vezes! Na Bíblia Sagrada, certo? Biologicamente, coito interrompido, isto é, tirar o pênis para jogar o esperma no chão não é nem de longe um método aceito pra controle de natalidade uma vez que, existem posições que não acabam mais, haja criatividade! E, além disso, a não ser que o menino padeça de ejaculação precoce, durante todo o procedimento pingam várias gotinhas de esperma com espermatozóides suficientes para engravidar qualquer menina normal. Ah, “coito” é cobertura de carne. Cúpula carnal… nas músicas: “Um abajur cor de carne, um lençol azul; cortinas de seda, o seu corpo nu” (Menina Veneno/Ritchie/1982). Deus não matou Onã por causa de um simples coito interrompido. Matou por que, além de se recusar cumprir o dever de irmão para com o falecido, pretendia enganar ao próprio Deus (inclusive) e, de quebra, quebrar a sequência da linhagem humana do Cristo! Portanto, ele não estava sozinho em sua decisão, estava se deixando dominar pelos planos do Adversário, que jamais apanhará o Soberano de surpresa. Quer servir ao maligno? Então sirva. Mas não pense que é possível enganar a um Deus sério e onisciente que jamais aceitará esse tipo de escárnio (Gl 6.7).

 

 

 

11 Então disse Judá a Tamar sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e ficou na casa de seu pai.

Restava a Judá uma última alternativa para dar seguimento à linhagem de Er – mais um filho – Selá (pequeno/v11). Observe o que é machismo… A ‘pobrezinha’ da Tamar já estava duplamente viúva, mas ainda era nora de Judá e, como tal, obrigada a permanecer viúva na sua casa paterna esperando um pivete crescer para, só então, retomar suas atividades sexuais e, finalmente, gerar o filho de seu primeiro falecido! E ela sabiamente se sujeitou a isso, e: “Ficou na casa de seu pai”. Passaram-se muitos dias mesmo. Tempo suficiente para Selá virar adulto e Judá ficar viúvo da filha de Sua (v 12). Ele sofreu uns dias, então se reergueu e foi participar da tosquia de suas ovelhas em Timna… “ele e Hira seu amigo o adulamita

 

13 E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as suas ovelhas.

14 Então ela tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu, e envolveu-se, e assentou-se à entrada das duas fontes que estão no caminho de Timna, porque via que Selá já era grande, e ela não lhe fora dada por mulher.

15 E vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto.

16 E dirigiu-se a ela no caminho, e disse: Vem, peço-te, deixa-me possuir-te. Porquanto não sabia que era sua nora. E ela disse: Que darás, para que possuas a mim?

17 E ele disse: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. E ela disse: Dar-me-ás penhor até que o envies?

18 Então ele disse: Que penhor é que te darei? E ela disse: O teu selo, e o teu cordão, e o cajado que está em tua mão. O que ele lhe deu, e possuiu-a, e ela concebeu dele.

19 E ela se levantou, e se foi e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu os vestidos da sua viuvez.

20 E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para tomar o penhor da mão da mulher; porém não a achou.

21 E perguntou aos homens daquele lugar dizendo: Onde está a prostituta que estava no caminho junto às duas fontes? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.

22 E tornou-se a Judá e disse: Não a achei; e também disseram os homens daquele lugar: Aqui não esteve prostituta.

 

Naturalmente, não havia nenhuma garota de programa ali e tampouco Tamar viria a ser uma prostituta; apenas uma mulher injustiçada por seu sogro… — Então disse Judá: Deixa-a ficar com o penhor, para que porventura não caiamos em desprezo; eis que tenho enviado este cabrito; mas tu não a achaste (v 23).

 

24 E aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: Tamar, tua nora, adulterou, e eis que está grávida do adultério. Então disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada.

25 E tirando-a fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do homem de quem são estas coisas eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é este selo, e este cordão, e este cajado.

26 E conheceu-os Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá meu filho. E nunca mais a conheceu.

27 E aconteceu ao tempo de dar à luz que havia gêmeos em seu ventre;

28 E sucedeu que, dando ela à luz, um pôs fora a mão, e a parteira tomou-a, e atou em sua mão um fio encarnado, dizendo: Este saiu primeiro.

29 Mas aconteceu que, tornando ele a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão, e ela disse: Como tu tens rompido, sobre ti é a rotura. E chamaram-lhe Perez.

30 E depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio encarnado; e chamaram-lhe Zerá.

 

Sendo assim, “Perez” significa rotura… e “Zerá” crepúsculo, que, nesse caso, tomou forma de último. Destes dois, Perez deu sequência à família terrena do Cristo (Mt 1.3; Lc 3.33).

 

A gente se fala depois!

Até breve.


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