"Em todo tempo ama o amigo; na angústia nasce um irmão" (Pv 17.17).

Quando lido, assim (isoladamente), embora esteja no livro dos provérbios (palavras de Salomão, filho Davi, rei de Israel — apudim/Bíblia Sagrada), fica a primeira impressão de que se trata apenas de mais um dos muitos conselhos de Salomão em forma de máximas. Porém, observado de outro ângulo, a partir da filiação daquele rei, considerando, também, o fato de que em sua vasta sabedoria, Salomão pesquisou pessoalmente, tudo o que ocorre aos homens (Ec 1.13) e, registrou as suas melhores experiências cuidadosamente nos seus ‘3000 provérbios e ou 1005 cânticos’ ficou muito evidente que ele ‘assistiu de perto’ a amizade sadia entre Davi (seu pai) e Jônatas (filho de Saul).
Tal amizade; não fora uma amizade qualquer ou comum (I Sm 18), pois, no mesmo instante em que Saul reinara e, durante vinte e dois dos seus quarenta anos de governo, tudo fizera para exterminar seu principal ‘inimigo’ (Davi), Jônatas, em meio à sua lealdade ao pai e à bandeira de seu país, ainda encontrara ocasião para aplicar o seu coração a compreender os planos de Deus e para aceitar que, justamente aquele ‘Davizinho’, odiado por seu pai, seria realmente o próximo rei de Israel. Então, dirige-se a Davi e diz-lhe às seguintes palavras:
— "Eu reconheço o fato de que Deus te escolheu e te sagrou para ser príncipe e chefe do seu povo; sei que depois de meu pai nem eu, nem um de meus irmãos teremos à ‘honra’ de ocupar o trono, pois, partiu do Senhor o desejo de te fazer nosso rei. Hoje, dou-te minha capa de príncipe (subentendido), minhas armas e meu cinto, inclusive. Peço-te, entretanto, que quando você vir a assumir o trono, uses de misericórdia para comigo e com minha posteridade". Juraram lealdade um ao outro e, desde então a alma deles apegou-se uma à outra, numa amizade: sincera, pura e, sem precedente. Não foi por acaso que após a morte de Jônatas (I Sm 31), Davi fez questão de localizar seu filho Mefibosete e tratá-lo como seu hóspede (II Sm 9). Havia um amor ágape: puro, simples e sadio entre eles.
A propósito: em 1989 ouvi um programa de rádio falar de uma tal de "Organização Gay" da Bahia, onde existia um grupo de "pastores" gays — assegurando, dentre outros absurdos, que tanto Davi quanto Jônatas teriam sido homossexuais. Na verdade, as pessoas lêem à Bíblia às pressas (quando lêem), então, tem tanta dificuldade em compreendê-la! Por isso, fiz questão de mencionar que a amizade deles fora uma amizade: sincera, pura, simples e sadia. Devo acrescentar que aqueles dois homens eram santos! Isso é fato. Um deles (Davi), muito mais que isso, fora homem: "SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS!"; que fazia questão de executar toda a sua vontade (At 13.22).

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